sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Ministério presbiteral: desafios e perspectivas-6


No desejo de pensar o ministério ordenado, seus desafios e as perspectivas para o futuro, acabamos por refletir sobre a tarefa do presbítero de evangelizar o povo, ajudando-o a fazer sua experiência do mistério. Vimos também que são vários os caminhos para essa experiência, mas priorizaremos aqui apenas três: a liturgia, a catequese e a acolhida.

Hoje falaremos sobre a importância da catequese como caminho de iniciação no mistério de Deus.
b) A catequese

Se, na prática, a catequese está nas mãos dos leigos, por direito ela pertence ao bispo e aos ministros ordenados. Reza o Direito Canônico que o bispo é o primeiro responsável pela catequese, devido a seu munus próprio de ensinar (cf. CDC 773, 774, 775, 756, 375 e 386), e os presbíteros, como seu colaboradores, por participação (cf. CDC 757, 528 e 529). A dimensão bíblico-catequética da ação evangelizadora da Igreja, por exemplo, encontra-se sob os cuidados da Congregação para o Clero, o que também mostra que o ministério presbiteral engloba a urgente tarefa de evangelizar (cf. CIC, 762). Tal é o laço entre a catequese e o ministério presbiteral que o cardeal Dom Cláudio Humes, prefeito da Congregação para o Clero, deslocou-se de Roma para se fazer presente na III Semana Brasileira de Catequese, acontecida em Itaici em outubro do ano passado, quando catequetas, catequistas e líderes da Igreja pensavam a catequese como processo de iniciação à vida cristã.

Sabemos que a catequese ou a ação evangelizadora da Igreja não é uma coisa à parte, uma tarefa a mais; ela é continuidade da ação litúrgica, pois a mesa da palavra e a mesa da eucaristia não são duas coisas separadas, mas intimamente ligadas. E, porque elas estão intimamente unidas, toda ação catequética ou evangelizadora da Igreja penetra o mistério pascal e o favorece. A centralidade da Palavra de Deus nessa ação desponta natural e claramente, com força e vigor que lhe são próprios.

A comunidade de fé espera que o ministro ordenado ofereça a ela esse contato com a Palavra da vida. Ela quer beber dessa fonte, quer se nutrir dela, quer descobrir nela a força da vida que sustentou tantos mártires da fé na história da Igreja, quer se envolver na sua trama e fazer parte dela. Espera-se, pois, que o ministro ordenado seja um catequeta, mais que um teólogo: alguém que repense a evangelização de sua comunidade e ajude-a a ser evangelizada, fazendo sua experiência do Deus de Jesus Cristo. O ministro ordenado pode ser também um teólogo – e é bom que ele o seja –, embora deva ser, por seu múnus, mais catequeta que teólogo. O problema é quando o teólogo não sabe catequizar o povo.

SOLANGE MARIA DO CARMO
DOUTORANDA EM CATEQUESE E PROFESSORA DE TEOLOGIA BÍBLICA NA PUC-BH
AUTORA DA COLEÇÃO CATEQUESE PERMANENTE DA PAULUS EDITORA COM Pe ORIONE (MATERIAL QUE SERÁ ADOTADO PELA DIOCESE DE LORENA EM 2010)
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