O Ano Sacerdotal, encerrado na Festa do Coração de Jesus, foi um tempo de sofrimento para a Igreja. Em toda a parte porém, houve muita oração pela santificação dos sacerdotes. Foi também um ano de aprofundamento da identidade sacerdotal por meio de publicações, conferências, simpósios, congressos, encontros e retiros espirituais. Mas quem é o sacerdote?
A resposta da tradição católica é a seguinte: O Sacerdote é o ungido do Senhor. Pela unção sacramental do dia de sua ordenação, ele é identificado sacramentalmente com Cristo, o Sumo e Eterno Sacerdote. Torna-se o representante legitimo de Cristo. Quando preside à celebração dos sacramentos, principalmente a Eucaristia e a Reconciliação, Ele age "in persona Christi", ou seja, na pessoa de Cristo, fonte donde provém a vida para todos os membros da Igreja. Por isso mesmo, quando na celebração da Eucaristia, ele diz: "isto é o meu corpo" e "este é o cálice do meu sangue", o pão e o vinho se transformam no Corpo e no Sangue de Cristo pelo poder do Espírito Santo. Quando, na celebração do sacramento da Reconciliação, ele diz: "eu te absolvo de teus pecados", é o próprio Cristo quem perdoa.
Desta primeira consideração, já podemos tirar uma conclusão prática: se o sacerdote está identificado sacramentalmente com Cristo, seu estilo de vida dever ser o estilo de vida de Cristo. Aqui se encontra a razão teológica e espiritual para o carisma do celibato. Este carisma aproxima o estilo de vida do sacerdote ao estilo de vida de Cristo: celibatário, casto e virgem. O carisma do celibato ajuda o sacerdote a viver, com radicalidade, a caridade pastoral.
Quando o estilo de vida do sacerdote se aproxima do estilo de vida de cristo, ele – o sacerdote – não só desempenha atividades religiosas, mas a sua vida torna-se uma vida em missão.
Há pouco, a Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé (CNBB) publicou, por ocasião do Ano Sacerdotal, em subsídio intitulado "O Presbítero, Anunciador da Palavra e Educador do Povo de Deus na Fé e na Moral".
Pelo Anuncio da Palavra – Cristo e sua mensagem – o sacerdote aproxima os seres humanos de Deus. Como educador da fé e da reta conduta humana e cristã, ele forma a personalidade do discípulo de Cristo.
Além disso, o sacerdote é o ministro da santificação. Para usarmos a expressão do Apostolo São Paulo, ele é o dispensador dos mistérios de Deus, dos bens salvíficos que nos chegam através dos sacramentos. Os sacramentos são chamados canais da graça. Estes canais estão ligados a uma fonte que é o Cristo ressuscitado. É dele que provém a graça salvífica para toda a vida da Igreja.
Finalmente, pertence à identidade do sacerdote, ser a imagem viva de Cristo, o Bom Pastor. O sacerdote governa o povo a ele confiado não como funcionário, mas com a autoridade do pastor. O rebanho não pertence a ele, mas a Cristo.
Quando Cristo fez de Pedro o pastor universal do rebanho, lhe disse: "vem e segue-me". No evangelho, Cristo duas vezes dirigi o seu chamado a Pedro. O primeiro para ser seu discípulo. O segundo, para segui-lo até o martírio, pois o bom pastor deve dar sua vida pelo rebanho. Quando o sacerdote chega ao final de sua trajetória terrestre e tem consciência de que, cada dia, gastou um pouco da sua vida pela felicidade de seu rebanho, ele pode dizer como Cristo no alto da cruz: "tudo será consumado". Em outras palavras, posso morrer em paz porque cumpri com perfeição a missão que a Igreja me confiou.
Cronologicamente, o Ano Sacerdotal terminou na Festa do Coração de Jesus. Seu objetivo porém deve permanecer na vida de toda a Igreja: a oração pela santificação dos sacerdotes. O sacerdote santo é luz do mundo e sal da terra.
Dom Benedito Beni dos Santos
Bispo Diocesano de Lorena
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